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Novas Regras para o Aborto no Brasil: O Que o Projeto de Lei 1904 Pode Significar?

O Projeto de Lei 1904/2023, conhecido como "PL do Aborto", propõe impor um limite de 22 semanas para a realização de abortos em casos de estupro no Brasil. Apresentado pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), o projeto está gerando debates acalorados e manifestações tanto nas redes sociais quanto nas ruas. Se aprovado, a nova lei equiparará o aborto após 22 semanas a homicídio simples, com penas de até 20 anos de prisão. Entenda as implicações dessa proposta e como ela pode mudar a legislação atual sobre aborto no país.

Novas Regras para o Aborto no Brasil: O Que o Projeto de Lei 1904 Pode Significar?
Novas Regras para o Aborto no Brasil: O Que o Projeto de Lei 1904 Pode Significar? (Foto: Reprodução)

O Projeto de Lei 1904/2023, conhecido popularmente como "PL do Aborto", está gerando grande controvérsia no Brasil. Proposto pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), o projeto visa estabelecer um limite de 22 semanas para a realização de abortos em casos de estupro, endurecendo as penalidades após esse período.


Mudanças Propostas

Se aprovado, o PL 1904 trará mudanças significativas à legislação atual sobre aborto no Brasil. A principal alteração será a imposição de um limite de 22 semanas para abortos em casos de estupro. Passado esse prazo, a prática será considerada equivalente a homicídio simples, com penas de até 20 anos de prisão. Essa pena rigorosa se aplicará tanto à mulher que buscar o aborto quanto aos profissionais que realizarem o procedimento.


Situação Atual do Aborto no Brasil
Hoje, o aborto é permitido em três situações no Brasil:


  • Quando a gravidez é resultado de estupro.
  • Quando há risco de vida para a mulher.
  • Em casos de anencefalia fetal.

Os dois primeiros casos são regulamentados pelo Código Penal desde 1940. Já a permissão para aborto em casos de anencefalia fetal foi uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2012. Atualmente, não há um limite gestacional para esses casos, permitindo o aborto em qualquer estágio da gravidez.


Para outros casos, o Código Penal prevê penas variadas:


Detenção de um a três anos para a mulher que aborta.

Reclusão de um a quatro anos para quem realiza o aborto com consentimento da mulher.

Reclusão de três a dez anos para quem realiza o aborto sem o consentimento da mulher.

Reações e Mobilizações

A proposta tem gerado uma onda de discussões nas redes sociais e manifestações nas ruas. Hashtags como #CriancaNãoÉMãe e #PL1904Já estão dominando as redes, demonstrando o engajamento da sociedade tanto a favor quanto contra o projeto. Na noite de quarta-feira, 13 de junho, manifestantes saíram às ruas em várias cidades do país para protestar contra a equiparação do aborto a homicídio.


Deputados de diferentes espectros políticos também se posicionaram. Erika Hilton, por exemplo, recorreu até a fãs-clubes de cantoras populares para ampliar a mobilização contra o projeto. Por outro lado, figuras políticas conservadoras como Nikolas Ferreira têm defendido o projeto, ampliando o debate sobre o tema.


A aprovação do PL 1904 trará mudanças profundas na legislação de aborto no Brasil, aumentando significativamente as penalidades e estabelecendo um limite gestacional rígido. A sociedade brasileira está dividida, com debates acalorados tanto nas redes sociais quanto nas ruas, mostrando a complexidade e a importância da questão. O desenrolar dessa proposta será crucial para o futuro dos direitos reprodutivos no país.

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