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Globo e A Crítica Travam Briga por Espaço no Bumbódromo

A quebra do monopólio da transmissão do Festival Folclórico de Parintins provocou uma intensa disputa entre as duas emissoras que transmitirão o evento este ano. A TV A Crítica não abre mão da cabine que lhe era reservada desde 2013. Da mesma forma, a emissora não cede nem quer dividir as posições de câmeras no bumbódromo. A TV/AM/Globo, por sua vez, quer os melhores espaços para tomadas das imagens e para acomodar as estrelas globais.

Globo e A Crítica Travam Briga por Espaço no Bumbódromo
Globo e A Crítica Travam Briga por Espaço no Bumbódromo (Foto: Reprodução)

Externamente, também há uma briga por espaço. Parceiros do governo que montavam suas bases ao lado do bumbódromo estão sendo convidados a procurar outros locais. Uma reunião realizada no fim da manhã de quinta-feira, 2 de maio, na sede do Governo do Estado, pôs fim aos rumores sobre a volta da Rede Globo/TV Amazonas ao Festival Folclórico de Parintins. 

A emissora vai transmitir a disputa dos bois-bumbás Garantido e Caprichoso.

Essa foi a decisão principal da reunião, mas os detalhes desse acordo ainda não foram revelados pelas partes. Essas partes em questão são os bumbás, o governo (organizador do festival), a TV Amazonas e a TV A Crítica, que monopolizava a transmissão desde 2013.

Com a confirmação dessa negociação, os bois voltam às telas da maior rede de TV do país, ainda que o sinal seja gerado apenas para a região.

Isso ocorrerá após 11 anos. A Globo/TV Amazonas já transmitiu o evento inicialmente durante seis anos, de 1994 a 1999. 

Monopólio de Década  

Depois da Globo, veio a TV A Crítica. Sob a bandeira da grade nacional da programação do SBT, a emissora amazonense transmitiu o festival de 2000 a 2007.


No ano seguinte, as diretorias dos bumbás encerraram esse contrato. A justificativa foi que o festival de Caprichoso e Garantido precisava ser melhor divulgado nacionalmente.

Ademais, a TV A Crítica, da Rede Calderaro de Comunicação, que possuía outros canais de televisão, rádios, jornal impresso e internet, sofria pressão do governo da época para perder o monopólio de transmissão. Foi aí que entrou a TV Bandeirantes. A emissora paulista fez transmissões de 2008 a 2012.

Contudo, em 2013, a TV A Crítica retomou o contrato do festival.

Naquele ano, três emissoras fizeram a transmissão: A Crítica, Tiradentes e Record News.

De lá para cá, por 11 anos, a rede dos Calderaros monopoliza os direitos exclusivos das imagens geradas pelos bois e seus artistas na arena. E, de novo, não conseguiu nessa mais de uma década jogar o espetáculo em azul e vermelho para além dos muros do Amazonas.

Agora, por consequência disso, está em via de perder a hegemonia.

Fator Cunhã

Depois da entrada da cunhã-poranga Isabelle Nogueira na casa do reality show BBB-24, a Globo passou a desejar o principal produto folclórico da cultura da região Norte do país.

O interesse, agressivo, foi demonstrado desde fevereiro, quando a cunhã ainda se firmava na casa.

Já no carnaval, a Globo escancarou esse interesse no festival fazendo entrevistas, programas, reportagens e até incursões em Parintins.

Esse apetite aumentou, sobretudo, com a confirmação de Isabelle no BBB e sua passagem para a final do programa.

Paralelamente, a Globo também percebeu o aumento do interesse do Brasil pelo festival.

Agora, a menos de um mês da disputa de Caprichoso e Garantido no bumbódromo, as negociações e o tempo se afunilaram.

A Globo, de acordo com fontes do BNC Amazonas, gostaria de ter anunciado sua volta ao festival no final de abril. Todavia, a emissora resolveu esperar a reunião de quinta-feira entre autoridades do Governo do Estado com os dirigentes dos bumbás.






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