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      Descanso ou desinteresse? Lollapalooza teve público sentado e até de costas para shows menores

      Nesta edição, foram comuns casos em que parte do público preferiu ficar sentado, principalmente nos palcos dos headliners Olivia Rodrigo, Shawn Mendes e Just...

      Descanso ou desinteresse? Lollapalooza teve público sentado e até de costas para shows menores
      Descanso ou desinteresse? Lollapalooza teve público sentado e até de costas para shows menores (Foto: Reprodução)

      Nesta edição, foram comuns casos em que parte do público preferiu ficar sentado, principalmente nos palcos dos headliners Olivia Rodrigo, Shawn Mendes e Justin Timberlake. Público descansa durante maratona de shows do Lollapalooza 2025 Luiz Gabriel Franco/g1 O Lollapalooza 2025 teve muitos bons shows de artistas de todos os tamanhos - dos grandes nomes pop até as novas atrações. Mas durante várias apresentações no palco principal, uma parte do público preferiu ficar sentado; alguns até mexendo no celular ou de costas para os shows. Foram vários casos ao longo dos dias: The Marías se apresentou no sábado (29), no palco que mais tarde receberia Tate McRae e Shawn Mendes. Muitos membros da plateia nem se levantaram, e a apresentação da banda ficou como trilha sonora para mexer no celular. Durante o show da pernambucana Sofia Freire no domingo (30), no início do dia, boa parte do público ficou sentado, e a família da cantora se disse incomodada com isso. Michael Kiwanuka teve uma parte do público próxima à grade que não se levantou para ver o show, nem olhou para o palco; O show do Foster The People, também antes de Timberlake, foi ignorado por alguns fãs sentados - alguns preferiram até ficar usando celular. Descanso ou desinteresse? Conseguir um bom lugar para o show não é somente uma tarefa difícil, como pode ser cansativa. Alguns fãs de Jão e Olivia Rodrigo chegaram a virar a noite na fila para garantir lugar na grade nos shows de sexta (28). Por isso, uma vez que estavam na frente do palco, muitos preferiram descansar até as apresentações, que aconteceriam durante a noite. É normal precisar de descanso ao longo de um dia de festival e se preservar para o tão esperado show do seu artista preferido. Durante o show do Terno Rei no domingo, por exemplo, muitas pessoas assistiram sentadas sob o sol quente, mas engajaram com a banda. Já em outras ocasiões, uma parte do público pareceu desinteressada em ouvir e apreciar quem passou pelo palco ao longo do dia. Público descansa durante maratona de shows do Lollapalooza 2025 Rafael Leal/g1 A irmã da cantora Sofia Freire falou ao g1 que estava emocionada com a apresentação da artista na tarde de domingo (30), mas expressou incômodo com tantas pessoas sentadas durante o show. “Ela é uma jovem pernambucana no palco principal de um festival deste tamanho. A gente está muito feliz e orgulhoso. Achei chato o pessoal sentado, mas esperamos que no próximo ela tenha um público melhor”, disse a irmã de Sofia. Erros e acertos no Lolla: lama, água grátis e saída caótica Mudança de perfil É possível que o perfil dos headliners do Lolla, cada dia mais pop, atraia um público mais dedicado a pegar lugar na grade. Afinal, artistas pop costumam ter fãs clubes apaixonados, que se concentram em ver aquele artista da melhor forma possível. No caso dos headliners deste ano, Justin Timberlake, por exemplo, não vinha há oito anos. Olivia Rodrigo veio ao Brasil pela primeira vez - e atraiu um público de pais com seus filhos adolescentes. Muitos foram ao festival somente para curtir o show da cantora e preferiram descansar ao longo do dia para não acabar exaustos. Público curte show de Olivia Rodrigo no Lollapalooza 2025 Rafael Leal / g1 Mas não é que fãs dedicados sejam uma coisa de agora. Em festivais como o Lolla e o Rock in Rio, sempre existiu um público que chega cedo, enfrenta fila e quer garantir um bom lugar. Mas antes, até os fãs da grade ficavam apoiados, tranquilos, curtindo shows antes do headliner. O novo comportamento pode ter a ver com a idade do público, a falta de experiência com festivais, e até o crescente uso de redes sociais imersivas como o TikTok. Outro problema - ou forma de solucionar essa questão - é a programação. Festival não é só o headliner Manter o engajamento do público também tem que ser uma preocupação da curadoria do festival. No dia de Timberlake, não havia muitas atrações do mesmo estilo ao longo do dia - o outro nome do topo do line-up era Tool, banda de metal progressivo que provavelmente não compartilhava muitos fãs com o astro pop. Então, quem foi pelo Justin ficou ali mesmo, aguardando o cantor. Ao mesmo tempo que a diversidade musical é importante, é preciso levar em consideração o perfil dos fãs que irão ao evento. Se o headliner é um artista pop, trazer outros músicos pop pode agradar mais a galera - e todos, do público ao artista e o evento, ganham com isso. Foi o caso do dia de Tate McRae e Shawn Mendes, que agradaram um mesmo público em um mesmo palco. Mas para quem vai ao festival, é importante também se dispor a curtir outras coisas, até para fazer valer o dinheiro pago no ingresso. Ignorar uma apresentação em um festival não é só desrespeitoso com o artista, como vai contra a própria proposta do evento. Em uma entrevista feita pelo g1 com o público do Lolla, frequentadores revelaram que conheceram novos artistas graças ao festival. Na verdade, o fato de se encantar por algum novo nome foi uma unanimidade entre os entrevistados. Essa é a ideia de um festival como o Lolla: garantir que fãs possam ver seus artistas preferidos e que conheçam outros. Vale lembrar, afinal, que todo artista se prepara para fazer um bom show. E até os headliners já foram os nomes menores, enfrentando o desafio de impressionar quem foi para ver outros artistas. Todo mundo tem que começar de algum lugar. Billie Eilish se apresenta em seu primeiro festival, em 2017 Reprodução/YouTube